sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

A Praia


Bem ela se foi. Se foi, melhor dizendo, se saiu, “partiu a mil”. Definitivamente foi embora, não se encontra mas aqui.
Acabei não entendendo o porquê a Miserável foi e não deixou uma carta, um bilhete, ou até um rabisco dizendo “Fui.” É, ela apenas foi, e me deixou aqui sozinho ao Deus dará, me deixou á deriva, como um barco no mar. Olha, pensando bem, pensando muito bem, por que eu estou aqui sozinho se ela estiver lá? Sabe de uma, alias, sabe de duas?
Eu vou sair “vei”. Também mereço ir à praia, fui.


Lucas Kintê

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

OGUM EM MEUS CAMINHOS

OGUM EM MEUS CAMINHOS

Assalto à mão armada foi o que sofri naquela noite de terça-feira, quando retornava para minha casa ás 02:00hs da manha, estava vindo de Jerônimo quando de repente fui abordada por dois sujeitos, que com agressividade me pediram a bolsa, eu com um pouco de ironia disse: vá trabalhar como eu trabalho, estava com os graus etílicos um pouco exaltado, pois tinha me esbaldado de cravinho.Os dois sujeitos ficaram assustados com minha atitude e começaram a rir, quando de repente apareceu um lindo negão e com ele vinha um grande cachorro ele então falou: - Deixem minha filha seus marginas, e mandou o seu cachorro ataca-los, os caras ficaram assustados e foram embora correndo.O homem perguntou se estava bem, eu um pouco assustada falei que sim, então perguntei como se chamava e o porque ele me defendeu, com um leve sorriso de canto de boca ele disse: - Eu sou Ogum e sempre estarei nos seus caminhos. AXÉ.

Fernanda Santos.

O cantar do Sombreirão

O cantar do Sombreirão



Todos os dias os moradores da rua do Meio viam uma negra linda, de belas ancas, até o seu nome era especial, Maria Angular.

Além de ser bonita, era muito trabalhadora: ajudava a sua mãe a fazer doces para vender.

Uma tarde, por volta das seis horas, perto da rua do Meio, apareceram quatro mulas amarradas ao poste de luz, com o lombo carregado de carvão.

- Será que são ás mulas do sombreirão? - disse a jovem.

Naquela noite, quando já estava pegando no sono, ouviu uma canção linda acompanhada por um violão.

"As estrelas do céu dançam par a par. Assim alegram os meus olhos quando te vejo passar".

Está canção durou muitas noites.

Muito curiosa certa noite sai ás escondidas, pois queria conhecer o dono daquela voz maravilhosa. Quase morre de susto. Era o sombreirão! Um homenzinho minúsculo, chapéu enorme, sapatinhos de verniz e espora de prata dançava e cantava enfeitiçando ás jovem.

Na mesma noite, enfeitiçada acenderá uma vela, pois faltará luz, incendiara todo o quarto. Sombreirão parou junto da esquina, chorando, pois-se a cantar:

"Oh, amor porque me deixa, porque deixas esquecidas a quem te quis tanto".

Deste dia em diante nunca mais viram ou ouviram o cantar do sombreirão.

Dedicado para dona Maria José (in memória).

Ana Carine Nascimento

Logo eu...

Logo eu...


Logo eu, que vivo dizendo que é tudo é conseqüência, me vi nesse ultimo domingo numa enrascada
Logo eu... achando que sei dominar a arte do dialogo e da argumentação me vi sem uma palavra se quer, para explicar algo tão complicado
Veja só! Logo eu, que penso saber sobre AIDS, DSTs, gravidez na adolescência precoce...
É verdade! Logo eu que costumo bater de frente com os problemas, e vivo dizendo a meus alunos que devemos encarar a realidade e arcar com as conseqüências de dos nossos atos...
Fique gelada quando sentir algo vibrar no meu bolso
Era meu celular, e mais uma vez, minha tia me ligando para dar aqueles sermões que todos nos jovens já sabemos, são aquelas mesmas palavras: você esta errada... Isso não se faz... Você é irresponsável...
Logo eu... Ah que me sinta tão responsável e corajosa
Estava rezando para que o ônibus não chegasse logo na rodoviária.
Não vou mentir, a verdade é que naquele momento estava me sentindo fraca, mas digo fraca mesmo!
Então respirei fundo e pensei que tudo iria se resolver
Merda! Essa droga de celular novamente
Ah não acredito...
Ainda bem que era Patty me perguntando onde estava
Ufa! Pensei que era minha mãe...
Vixe... Logo eu que me sento numa roda de amigas e digo em alto e bom som que devemos resolver nossos problemas com maturidade
Queria que naquele momento meu problema não fosse meu problema
Queria que eu tivesse outro problema, mas não aquele porque naquele momento era muito difícil
O que eu queria mesmo era ter o problema de outra pessoa que esta no ônibus, menos aquele.
Talvez não tenha bicho de sete cabeças
E sim um bicho de milhões de cabeça
É verdade não é exagero não, fiquei com uma dor de cabeça...
E imagine você a dor de cabeça da minha mãe, irmãos, tias, tios, vó...
Até minhas amigas ficaram de cabeção
Ainda bem que fiz um curso de teatro
Senão no estado que estava não teria a mínima capacidade de ensaiar algumas palavras para pelo menos tentar aliviar a barra
Ah! Você esta pensando que estou exagerando
Imagine você: uma moça de família sair de casa as 23hs para um baile e só voltar no próximo dia as 19hs
O que acha?
E mais... Não avisar a ninguém e ainda omitir por 2 anos que não é mais virgem.
Ah besteira? Você que pensa!
É maior barra explicar essa onda pra uma mãe que não teve oportunidade de dialogo na sua adolescência, e outra: cristã, intolerante e conservadora.
Quer mais?
Então vai sinta ai umas palavras como: “você só faz o que quer!” “Quem transa
antes do casamento é prostituta!” “Se você continua assim vou começar a proibir de sair!”, “Não vai dormir mais comigo, fica nessas festas profanas e depois deita comigo?” Ou melhor, “estou com nojo de você!”
O que você acha?
Responda-me como se sentiria ao ouvir isso de sua mãe?
Ainda nem sei sua resposta mais com certeza ficaria muito chateado, acertei? Pois é a vida tem
dessas com a gente, no mais... É só isso queria apenas desabafar e utilizei essa onda de internet para expressar com mais rapidez o meu estado de espírito se deixasse para depois não sei se teria coragem de falar, pois já provei pra me mesma o quanto tenho ainda que aprender, e já me perguntei se sou menina num corpo de mulher, ou sou mulher com medo de ser menina.

Ivanilda Amado

Seu avô: o suserano

Seu avô: o suserano

A nossa família se organiza mais ou menos como um Estado. Estamos em fase de transição para o capitalismo. Nos tempos de Seu Avô vivíamos na ordem feudal. Seu Avô, o grande suserano, governava a casa com a firmeza e ternura de um pai, extremamente autoritário e generoso, ensinou-nos a importância de manter a unidade entre os clãs. Isso porque somos unidos nem sempre pelos laços de sangue, mas pelos do amor.

Quando vó Judi era viva todos recorriam a ela, o pedreiro de Seu Avô, a lavadeira da casa, até as amantes deste, uma vez abandonadas por ele, levavam à porta de vó Judi, filhos que ela criava "como se fossem seus".

Não se pode dizer que vó Judi tratasse de forma homogênea sua prole, fazia distinção. Tinha uma acentuada preferência por alguns filhos, ilegítimos, ao que deixava tia Marília(único fruto de seu ventre) enciumada. Vó Judite pôs todos na escola. Tia Julia, filha da amante de Seu Avô, era a mais aplicada nos estudos, razão pela qual ficava isenta dos serviços domésticos.

Tia Carmem sempre maternal, cuidava de todos, estava claro que iria suceder vovó.

Mamãe e Tia Clarisse, ambas belas, mas travessas e namoradeiras davam muito trabalho, resultado tornaram-se o proletariado na nova ordem familiar. Tio Celsinho, sonso desde moço, porém trabalhador e estudioso, não deu-se inteiramente mal com o capitalismo. Agora o leitor deve estar a perguntar-se:

Por que ela não chama seu avô de meu?

Calma leitor era assim, meus primos diziam: ´´Seu avô pediu isso, Seu avô quer aquilo, nunca, meu avô".

Milena Bastos

Olhando pro alto

Olhando pro alto



Bom, comecei o dia mal meu pai me chamando 8h da manhã para carregar cerveja, a manhã toda eu levando e trazendo aquele peso. Não vou mentir, estava rezando para o horário passar para sair e, pro curso, lá eu não ia pegar peso no sol escaldante e não rola nem uma cervejinha pra molhar a garganta. Mas não tem problema, chegando ao curso estávamos todos reunidos, discutindo o trabalho que foi passado. Bom, todos leram e discuti, menos eu porque não fiz, quando estava explicando o motivo André me "cortou" no ato, e disse que isso era o meu fracasso, fiquei sem graça na frente de todos os meu colegas, mas, entendi que a crítica era construtiva. Baixei minha cabeça e comecei a pensar como iria resolver este problema, percebi que não devo desistir e nem abaixar a cabeça, o que devo fazer é resolver o problema por mais que seja difícil.


Marcos Vinícius

ONG PROMOVE AÇÃO COMUNITÁRIA EM ITINGA

ONG PROMOVE AÇÃO COMUNITÁRIA EM ITINGA



A ONG Associação Comunitária de Orientação para o Desenvolvimento Social e Sustentável (ACCORDESS) localizada em Itinga, bairro situado na cidade de Lauro de Freitas promoveu no último sábado, 20, um evento qual ofereceu à comunidade vários serviços gratuitos contando com a colaboração de educadores (as) e profissionais da área de saúde. Os serviços oferecidos foram:

Fotos 3x4, fisioterapia, educação bucal e educação sexual o objetivo dessas oficinas foi trabalhar a inclusão social no bairro.


O Sr. Joilson Santos Lopez, colaborador da ACCORDESS diz que o alcance na comunidade foi de 600 (seiscentos) jovens na faixa etária de 14 a 25 anos. "A ONG tem o propósito de conscientizar, educar e capacitar jovens e também reduzir os danos causados pelo uso de drogas". O bairro também conta com a ONG para reverter os altos índices de poluição nos rios da região.


O morador Davi Araújo que reside nesta localidade há 25 anos conta que a existência de ONG's na comunidade têm ajudado a mudar a cara de um lugar até então marcado pela criminalidade.

Ester Pinheiro