quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

O cantar do Sombreirão

O cantar do Sombreirão



Todos os dias os moradores da rua do Meio viam uma negra linda, de belas ancas, até o seu nome era especial, Maria Angular.

Além de ser bonita, era muito trabalhadora: ajudava a sua mãe a fazer doces para vender.

Uma tarde, por volta das seis horas, perto da rua do Meio, apareceram quatro mulas amarradas ao poste de luz, com o lombo carregado de carvão.

- Será que são ás mulas do sombreirão? - disse a jovem.

Naquela noite, quando já estava pegando no sono, ouviu uma canção linda acompanhada por um violão.

"As estrelas do céu dançam par a par. Assim alegram os meus olhos quando te vejo passar".

Está canção durou muitas noites.

Muito curiosa certa noite sai ás escondidas, pois queria conhecer o dono daquela voz maravilhosa. Quase morre de susto. Era o sombreirão! Um homenzinho minúsculo, chapéu enorme, sapatinhos de verniz e espora de prata dançava e cantava enfeitiçando ás jovem.

Na mesma noite, enfeitiçada acenderá uma vela, pois faltará luz, incendiara todo o quarto. Sombreirão parou junto da esquina, chorando, pois-se a cantar:

"Oh, amor porque me deixa, porque deixas esquecidas a quem te quis tanto".

Deste dia em diante nunca mais viram ou ouviram o cantar do sombreirão.

Dedicado para dona Maria José (in memória).

Ana Carine Nascimento

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