quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

O Mercado Informal de Saramandaia

O Mercado Informal de Saramandaia

A situação vivida pelos moradores do bairro de Saramandaia é o retrato do desemprego em nosso país. Sem alternativas essas pessoas têm como única opção o ingresso no mercado informal.

È possível observar que nos últimos anos o mercado informal teve um crescimento considerável. Para notar esse crescimento, basta observar as ruas de nossa cidade. Em alguns lugares, como na região da Estação da Lapa, existem tantos ambulantes que é difícil transitar. Outro exemplo é o dos baleiros que vendem nos ônibus: num ponto desce um e no ponto seguinte já sobe outro.

Os desempregados de Saramandaia também encontram uma saída para a falta de emprego. Os homens, em sua maioria, reproduzem cds e dvds falsificados para vender nos pontos de ônibus nas regiões do Iguatemi, Bonocô e Itaigara. Outra grande parte desses desempregados, geralmente mulheres e até crianças, vendem ovos cozidos nas praias.

Há também aqueles que com um carro de mão, fazem o transporte das compras dos clientes dos supermercados.

Neide dos Santos é professora e mora no bairro há 25 anos. Tem dois filhos, ambos concluíram o 2° grau, mas não conseguiram um lugar no mercado de trabalho. Seu filho mais velho, Bruno, já está vendendo cds enquanto não consegue uma ocupação melhor. Já sua filha Bruna continua entregando currículos e passando por infinitos processos seletivos.

A indignação de Reinaldo Batista, 21 anos, é o espelho de muitos jovens que não acreditam na mudança do Brasil, Reinaldo nunca trabalhou, mora com seus pais e mais dois irmãos. Em sua casa, somente seu pai trabalha.

Recentemente começou a fazer transporte de compras com o carro de mão, depois que sua namorada ficou grávida.



Eneida Calmon

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